AGENDA CULTURAL

18.12.25

Ingratidão com o Ritinha Prates

 


Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP 

RITINHA PRATES

A parente estava internada desde 1987, ou seja, há 38 anos. Ela já 

era considerada moradora do Hospital Ritinha Prates, sem registro de responsável no cadastro. Assinar lista de presença não é cadastro. Talvez tivesse medo de receber alguma cobrança.

Os parentes da internada terceirizaram gratuitamente os cuidados. Ia visitar quando desse certo. Confiança total.

A parente morreu depois de 38 anos de internamento, sem custo. Foi sepultada dignamente. Em vez de agradecimentos, os dirigentes do Ritinha recebem uma denúncia policial, um tapa na cara. Que ingratidão! 

LEIA A NOTÍCIA

ECONOMISTAS A SERVIÇO DO MERCADO

Antes de criticar, vamos definir. Economista é um profissional formado em faculdade, curso superior, que estuda e analisa as atividades econômicas, como produção, distribuição e consumo de bens. São metidos a adivinhar o futuro econômico do país.

Na Fundação Educação de Araçatuba, há o curso de economia. Muita gente faz advocacia, administração ou economia para dizer que tem um diploma universitário.

Os economistas sempre falavam na mídia o economês, uma linguagem hermética com palavras técnicas, principalmente na época da ditadura. Atualmente os deuses desceram do monte Olinto a pedido de seus patrões, o "mercado", embora conte as mesmas mentiras. O vocabulário usado é mais acessível.

O termo "economês" foi criado por Millôr Fernandes, intelectual e humorista já falecido. Para ele, a economia compreende todas as atividades do país, mas nenhuma atividade do país compreende a economia"

Quando o "mercado" (especuladores da av. Faria Lima) está descontente com o governo, solta os economistas para fazer previsões catastróficas na mídia. O mercado nunca gostou do Lula, pois o presidente disse que governa para os pobres e não para os endinheirados, como quer o mercado.

Um certo canal de tevê fez uma reportagem de como como estava a economia do Brasil em planilhas. Depois entrevistou um economista que criticou o governo e expôs outra planilha, quase igual a apresentada anteriormente, fornecida por Haddad.

O apresentador do noticiário notou e registrou a semelhança entre as duas planilhas. O economista justificou, com cara de bunda na tela, que a economia nem sempre acerta. Aliás, para a graça de Deus, em tempos atuais está errando sempre.       


11.12.25

Urna e tornozeleira eletrônica


Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP

Falar mal do Bolsonaro é perda de tempo, é chutar cachorro morto, mas na falta de assunto, este cronista se atreve. 

Ele não gosta de nada que seja eletrônico. Perdeu o mandato de tanto chutar a urna eletrônica. Complicou sua situação prisional porque tentou arrebentar a tornozeleira eletrônica. Tivesse chamado o Lula, que é torneiro mecânico, teria conseguido.

Ele implantou a dinastia BOLSONARO nas hostes direitistas. Voltou ao tempo dos reis. Não ouve ninguém, o candidato a presidente precisa ser filho dele, sangue azul.    

 

MULHER SARADA CALIBRANDO PNEUS

Chego ao posto de combustíveis e peço para o Ceará calibrar os pneus do meu carro. Um jovem de idade avançada tem tais prerrogativas. Outro dia um Jeep encostou ao calibrador na minha frente, saiu de dentro uma mulher sarada, calibrou os cinco pneus, bateu as mãos para sacudir a sujeira e saiu bela e formosa. Os homens olhando, vendo se conseguia. Essa atitude desafiadora atiça o machismo dos imbecis. Não se faz mais mulher como antigamente.

FEMINICÍDIO: CAUSA DO AUMENTO.

Toda ação causa uma reação. As mulheres ganham mais consciência, querem ser tratadas como gente, desafiam os homens machistas quando arrumam outro relacionamento. O imbecil não quer ser abandonado, não muda comportamento, mata o ser pretensamente amado. Praticam um ato de violência querendo manter a posse do corpo da mulher (não é amor). Homem com esse perfil não limpa o ânus por medo da homossexualidade.

Predomínio do ódio com violência, perde tudo. Não há nenhum testemunho de que a mulher voltou ao relacionamento após a ameaça de morte. Consequência: aumento das estatísticas de feminicídio.

O ZANATTINHA.

O nome da figura é Fábio Ribeiro Nunes, o Fabinho do Belisco, rua Gonçalves Ledo esquina com a Marcílio Dias. Ele diz que o pai era português, a mãe, italiana: Zanatta Pavan. Não há cliente que não saiba seu parentesco com o prefeito de Araçatuba Lucas Zanatta:

“Zanatinha, mais uma cerveja!”

Os filhos do Fabinho usam o sobrenome da Renata (mãe) Mazariolli, porque Ribeiro Nunes (pai) não dá a devida distinção. Agora que descobriu que é segundo primo do prefeito, está eufórico.

9.12.25

Rio de Janeiro, 1808 e sargento de milícias

Escadaria de Saleron, 250 degraus, 125m metros. Liga Santa Teresa com a Lapa

Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor  

Os livros 1808, de Laurentino Gomes, e memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida, abordam o mesmo período histórico do Brasil, a chegada da família real portuguesa ao Rio de Janeiro e suas consequências, mas o fazem em gêneros diferentes: um é um livro de não ficção e o outro é um romance, considerado um clássico da literatura brasileira. Já li os dois livros.

Os livros temáticos, como 1808, precisam comprovaro que afirmam, por isso Laurentino Gomes pesquisoudurante 10 anos para escrever o primeiro livro de suacoleção. Não pode insinuar, precisa afirmar com provas.

Já o cronista, o romancista reproduzem aspectos darealidade, reproduzindo situações, personagens comnomes fictícios. Usam a linguagem figurada, ambígua,imaginando situações.

A palavra "milícia" na época de Dom João VI (1808-1821) no Brasil era uma corporação militar desegunda linha das forças reais, era a polícia. 

Hoje, milícia no Brasil se refere a grupos criminosos paramilitares formados por agentes de segurança e civis que controlam territórios, exploram serviços (gás, transporte, internet), extorquem moradores e comerciantes sob a falsa premissa de "segurança", e estão cada vez mais infiltrados na política e envolvidos com o tráfico de drogas, operando como um Estado paralelo e violento em áreas urbanas, especialmente no Rio de Janeiro (IA). 

No livro Memórias de um sargento de milícias, o anti-herói Leonardo que vivia a dar trabalho nas ruas do 
Rio de Janeiro foi transformado em sargento de 
milícia o após famoso "jeitinho brasileiro" que 
dominava o reinado de Dom João VI.    

Leonardo, o protagonista do romance de Manuel Antônio de Almeida, chegou ao posto de sargento de milícias por influência da mulher do Major Vidigal, Maria Regalada, o perseguidor. 

Memórias de um sargento de milícias foi publicado primeiro em jornais, em capítulos, depois em livro (1853) bem depois do reinado de João VI em pleno romantismo brasileiro (1836-1881), era um livro que já antecipava o realismo.

Visitando o Rio de Janeiro recentemente e seguindo o noticiário político, percebi que a cidade é maravilhosa, mas medonha em corrupção. Lendo os cronistas Machado de Assis, João do Rio e, principalmente, Lima Barreto vamos confirmar isso. Num discurso apocalíptico e distópico, a cidade pode ser chamada de coração das trevas.

1808, de Laurentino Gomes, trabalha com conceitos, fatos reais, com a nobreza, a classe dominante do Rio de Janeiro. Memórias de um sargento de milícias trabalhou com personagens ficcionais. Apesar de Manuel Antônio de Almeida ser médico, os personagens de seu romance pertencem ao povo miúdo.           


6.12.25

Zanattinha


O ZANATTINHA. O nome da figura é Fábio Ribeiro Nunes, o Fabinho do Belisco. Ele diz que o pai era português, a mãe, italiana: Zanatta Pavan. Não há cliente que não saiba seu parentesco com o prefeito de Araçatuba Lucas Zanatta. “Zanatinha, mais uma cerveja!”
Os filhos do Fabinho usam o sobrenome da Renata (mãe) Mazariolli, porque Ribeiro Nunes (pai) não dá a devida distinção. Agora que descobriu que é segundo primo do prefeito, está eufórico. CONSA

5.12.25

Renan Augusto Dias faz show de lançamento do álbum Arabesco no Sesc Birigui

Além do show, no final do texto há agenda de diversas atividades para toda a família


As tradicionais sextas musicais no Sesc Birigui ganham novos ritmos a cada mês, trazendo uma programação diversificada. Artistas de diferentes estilos sobem ao palco para apresentações que convidam o público a vivenciar novas sonoridades e vivências musicais.

O músico Renan Augusto Dias apresenta show de lançamento de seu mais recente trabalho, o EP Arabesco (2025),

em apresentação gratuita nesta sexta (5), às 20h, na Área de Convivência do Sesc Birigui

No repertório, apresenta faixas autorais do EP, resultado de uma trajetória que atravessa composições marcadas pela introspecção, pela memória e pela busca de um lugar para a expressão musical. Na bertura, um poema de Lu Mota, mãe de Renan, fala sobre o valor das pequenas coisas cotidianas e no quanto elas podem ser significativas para quem busca uma fuga

Sobre o cantor

Renan Augusto Dias é ator e originalmente baterista. Por muitos anos compôs para projetos cênicos dos quais participou, atuando como letrista e instrumentista. Em 2022 iniciou sua trajetória solo com o EP As Palavras Sem Poder, seguido pelo álbum Sem Tempo Pra Ter Fé (2024), que integrou a programação do Sesc Birigui e deu origem ao registro ao vivo STPTF (Ao Vivo). No mesmo ano lançou o single Trinta. Em 2025 criou a produtora Cena Oeste Produções, dedicada ao fortalecimento de artistas locais. Arabesco é seu novo EP e o primeiro lançado pelo próprio selo.


Confira a programação do sábado (6) e domingo (7):

O Sesc Birigui realiza, entre os dias 6 e 8 de dezembro, uma programação diversificada que reúne exibição de filme, contação de histórias, vivências, aulas abertas, oficina, torneio esportivo e atividades para diferentes idades, com acesso gratuito.

No sábado, às 10h30, inicia a aula aberta Na Ponta do Pé: samba e forró, com a dançarina Pollyana Garcia, que conduz exercícios introdutórios dessas danças a partir de coordenação, ritmo e musicalidade. As aulas acontecem na Área de Convivência, até 31/1, para todas as idades.

Às 13h, a Sala Múltiplo Uso 1 recebe a oficina Caleidoscópio, conduzida pelo biólogo e educador ambiental Márcio Soares. Na atividade, o público produz um caleidoscópio artesanal utilizando restos de espelhos, explorando conceitos básicos de reflexão e simetria, além do reaproveitamento de materiais. A atividade é gratuita, destinada a maiores de 16 anos, com distribuição de senhas 30 minutos antes.

Ainda no sábado, das 14h às 17h, o Espaço de Tecnologias e Artes oferece a oficina Acessórios em Fuxico, com a artesã Mery Vieira, que orienta participantes na criação de peças como brincos e colares a partir da técnica têxtil do fuxico. A oficina ocorre também no domingo, 7/12, nos mesmos horários, com distribuição de senhas 30 minutos antes, para maiores de 16 anos.

No mesmo dia, às 16h, o Ateliê da Área de Convivência recebe a contação de histórias Palmas para Picolina, com a Trupe BorboLetras. A narrativa apresenta a Palhaça Picolina em uma jornada sobre o encontro entre gerações e as transformações nas formas de se relacionar com o mundo. A atividade é aberta ao público de todas as idades.

Já no domingo, às 9h30, a Quadra de Areia sedia a etapa Birigui do Circuito Sesc de Vôlei de Praia, realizado em parceria com prefeituras da região. A atividade promove jogos amistosos e encontro entre praticantes da modalidade. O torneio segue até 18h, é gratuito, com inscrições no local, para pessoas a partir de 16 anos.

Também no domingo, às 10h, a Área de Convivência recebe a aula aberta Hatha Yoga: Caminhos do Conhecimento, com Ivandro Martins, que integra posturas, respiração e técnicas meditativas. As aulas ocorrem aos domingos, até 28/12, das 10h às 11h, para pessoas a partir de 12 anos. Já às 10h30, o Redário recebe a vivência Brincadeiras de Quintal, destinada a crianças até 6 anos. A cada encontro, uma proposta diferente é apresentada: no dia 7/12,

construção de espaços com caixas de papelão; no dia 8/12, bolhas de sabão gigantes; e demais datas ao longo do mês com atividades variadas.

Às 16h, o público poderá assistir ao filme A Ilha dos Ilús (Brasil, 2022, 80 min), animação dirigida e roteirizada por João Paulo Miranda Maria. A obra apresenta Pocó, um filhote de cachorro enviado por engano a uma família de emas, que inicia uma jornada em busca de sua origem. A exibição é legendada e indicada para toda a família.

Serviço

SHOW
Renan Augusto Dias
Show de lançamento do álbum "Arabesco"
Dia 5/12. Sexta, 20h.
Área de Convivência.
Grátis.
Todas as idades.
AULA ABERTA
Na ponta do Pé: samba e forró
Com Pollyana Garcia, dançarina
De 6/12 a 31/1. Sábados, 10h30 às 12h.
Área de Convivência.
Grátis.
Todas as idades.
OFICINA
Caleidoscópio
Com Márcio Soares, educador e biólogo
Dia 6/12. Sábado, 13h às 16h.
Sala Múltiplo Uso 1.
Grátis. Senhas 30 minutos antes.
A partir de 16 anos.
OFICINA
Acessórios em fuxico
Com Mery Vieira, artesã
Dias 6 e 7/12. Sábado e domingo, 14h às 17h.
Espaço de Tecnologias e Artes.
Grátis. Senhas 30 minutos antes.
A partir de 16 anos.
CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS
Palmas para Picolina
Com a Trupe BorboLetras
Dia 6/12. Sábado, 16h.
Ateliê da Área de Convivência.
Grátis.
Todas as idades.
TORNEIO/CAMPEONATO
Circuito Sesc de Vôlei de Praia
Etapa Birigui
Dia 7/12. Domingo, 9h30 às 18h.
Quadra de areia.
Grátis. Inscrições no local.
A partir de 16 anos.
AULA ABERTA
Hatha Yoga: Caminhos do Conhecimento
Com Ivandro Martins, especialista em Yoga
De 7 a 28/12. Domingos, 10h às 11h.
Área de Convivência.
Grátis.
A partir de 12 anos.
VIVÊNCIA
Brincadeiras de quintal
Com educadores em atividades infantojuvenis
De 7 a 28/12. Domingos, 10h30 às 12h.
Dia 8/12. Segunda, 10h30 às 12h.
Redário.
Grátis.
Até 6 anos.
EXIBIÇÃO
A Ilha dos Ilús
2022 | 80min | Legendado | Animação, Fantasia, Família | Brasil
Dia 7/12. Domingo, 16h.
Teatro.
Grátis. Ingressos 1 hora antes.
Todas as idades

27.11.25

Araçatuba: um menino e 200 mil habitantes

 Foto: Antônio Reis

Rodrigo Santoro, Miguel Martines

Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP

"Quando se sonha grande, a realidade aprende." (Válter Hugo Mãe)

Alguém atravessou o ribeirão Baguaçu e chegou a São Paulo, foi mostrar o talento do fundão de São Paulo. Seus pais atenderam ao pedido do menino Miguel Martines, deram-lhe as mãos e levaram-no até os ares artísticos da capital artística. Perderam até dias de serviço. A internet encurta caminhos, mas não faz tudo.

Com essa coragem, os pais cumpriram suas obrigações para não frustrar o menino em sua vocação, e tivemos a oportunidade (juntamente com a Fátima) de ver o filme "O filho de mil homens", com Rodrigo Santoro e Miguel Martines pela Netflix.

- Mas esse não é o menino de Araçatuba? - perguntei para a Fátima.

- Sim, é ele, participou do curta "Incêndio no canavial"?, da Fernanda Machado, Edital da Prefeitura de Araçatuba.

Como eu e a Fátima somos envolvidos na cultura de Araçatuba, começamos a conversar sobre a importância da política pública voltada para a Cultura.

Conversei com o jornalista Antônio Reis e fiz-lhe o convite para que fôssemos conversar com os pais, o Miguel, com a família, armado de sua máquina fotográfica (não é celular). Agendamos. Arlindo Martines Júnior e Nataly Lino e Izeli Martines nos recebeu com grande alegria. E assim fomos perguntando.

Miguel Martines ao assistir no cinema mesmo: "Detetives do prédio azul" disse à mãe: 

- Em breve, estarei nas telonas!  

Como menino deseja aleatoriamente as profissões, sua mãe ouviu e calou-se. Mas ele insistiu, então tomou suas providências. Vai que dá certo, Nataly e Júnior não queriam ser pais castradores.

Miguel Martines

Fernanda Machada anunciou que precisava contratar um ator mirim. Edital da Prefeitura. Gente e mais gente se inscreveram, mas o escolhido foi Miguel Martines. 

- Se não fosse essa oportunidade em Araçatuba, certamente não teria continuado - disse Nataly.

O filme "O filho de mil homens" foi baseado no livro do escritor português Válter Hugo Mãe, que esteve na estreia do filme aqui no Brasil. A família ficou acompanhando as filmagens por cinco meses, em Búzio (RJ) e Igatu (Ba), filmando e fazendo as tarefas escolares. 

Aos 117º. aniversário de Araçatuba, sentimos que ela ganha feição cultural, basta sonhar grande. Seus artistas são exemplos, o menino Miguel Martines desafia as distâncias.      


26.11.25

A felicidade mora numa loja

Zygmunt Bauman

Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP

Considero meus leitores inteligentes, todos, sem exceção, até aqueles que entendem uma coisa quando escrevi outra. Esse velhinho da foto, Zygmunt Bauman (1925-2017), que se parece um aposentado do INSS, é um sociólogo polonês. Pensou, pensou, pesquisou tantos os livros como a realidade e escreveu algumas verdades absurdas.

Aliás, todo velho entende bem da vida. É enconstar, cutucar, para ouvir uma enxurrada de sabedoria. Nem todos, há gente que acredita em Papai Noel. Tais criaturas são assim desde crianças, burrinhas, mas não são meus leitores.

Diz o polonês que a modernidade é líquida. Nada dura muito. Até os pastores pregam a teologia da prosperidade. O negócio é ficar rico, não importar como. Se os irmãos não enriquecem, pelo menos os pastores mudam de vida. Nesse Natal, e quase sempre, a felicidade mora numa loja. O negócio é Papai Noel trazer um presente ou fazer amigo secreto.

Nesse mundo moderno, as relações pessoais, carreiras profissionais e até mesmo a identidade passam por transformações rápidas e ininterruptas. Há homem e mulher trans. Em 2025, as previsões de Bauman continuam ressoando, evidenciando um futuro onde a incerteza se torna um estado perene. Os vínculos duradouros se transformaram pela volatilidade. Não se namora, fica-se.

Hoje, no entanto, a mudança é a norma. Vida eterna existe? Indivíduos se veem constantemente reinventando-se, mudando de emprego. A solidez é uma música antiga de Roberto Carlos, até os túmulos são abandonados no cemitério. A tradição sólida foi substituída pela modernidade líquida.

Os tipos de família são diversos. Ainda existe a matrimonial, mas cresceu descomunalmente a informal (união estável). Hoje, a mulher é o esteio da família, elas têm preferência no financiamento da casa própria, não abandonam facilmente a prole como o homem.

A minha idade me permite ser conservador, mas como sou da geração 60-70, da contracultura, tenho meus lampejos de modernidade. Moderno ou antigo, todos têm direito à vida. “Existem muitas maneiras de achar a felicidade, mas na sociedade de hoje todas passam por uma loja” (Zygmunt Bauman), mas não exageremos.

  

24.11.25

Mírian e a lenda da espada perdida - Tacilim Oréfice

 

24/11/2025 - O livro “Mírian e a Lenda da Espada Errada”, de autoria do escritor e roteirista Tacilim Oréfice, será lançado no dia 25 de novembro, às 19h30, durante a Balada Literária, no Quintal Cultural, em Araçatuba. O evento gratuito marca a estreia de uma releitura inédita e ousada das lendas arturianas e contará com bate-papo, apresentação da obra e sessão de autógrafos. 

Além de revisitar um clássico, a obra propõe uma nova perspectiva sobre personagens esquecidos da mitologia tradicional. No centro da narrativa está Marn, cavaleiro desacreditado após retirar a espada “errada” da pedra  e cuja trajetória molda o destino de seus descendentes. A história ganha fôlego com a jornada de Oisin, filha de Marn, guiada pela busca de reparação familiar e acompanhada de figuras como Mírian de Boron, irmã de Merlin, e Brian, o bardo inesperado. Explorando diversos temas, o livro convida o leitor a refletir sobre como as histórias influenciam a sociedade e atravessam o tempo.

Sobre essa relação, o autor Tacilim Oréfice comenta:

“Embora seja uma ficção e uma reinterpretação das lendas arturianas, o livro é universal. Ele trata sobre temas como família, amizade, moral, ética e tantos outros que ressoam com todos nós, independentemente da época e da nacionalidade. A história mostra que, mesmo no interior do Brasil, as narrativas têm poder e podem ganhar novos significados para as pessoas. Elas trazem reflexões que transcendem a cultura e o tempo em que vivemos, ajudando-nos a olhar para dentro e a refletir sobre a nossa própria época e sobre nós mesmos.”

O lançamento contará com um bate-papo mediado por Zélpia Ritchery, com leitura de trechos da obra e um diálogo descontraído sobre o processo criativo e a relação entre literatura fantástica e a formação de leitores no Brasil. Ampliando o acesso para diferentes públicos, também será possível acompanhar a apresentação com interpretação em Libras, e em breve será lançada a versão em audiolivro da obra.

O ciclo de lançamento do livro também incluirá uma apresentação no dia 29 de novembro, durante a Mostra Japão, o Festival Japonês que acontecerá no Recinto de Exposições, a partir das 19h. A entrada para o evento será de R$20, com opção de meia-entrada no valor de R$10 mediante a doação de 1 kg de alimento não perecível. A programação contará com a participação do grupo PBKF, que realizará performances de Cosplay e Swordplay, fortalecendo o diálogo entre literatura, cultura pop e iniciativas culturais locais.

Sobre o autor e o projeto

A trajetória deste livro começou como um simples rascunho, escrito por Tacilim Oréfice para participar de um concurso literário de Araçatuba em 2017. O texto não foi concluído a tempo, mas a história persistiu. Cresceu, amadureceu e, oito anos depois, transformou-se em um livro de 252 páginas, editado por Fernanda Machado e preparado para chegar ao público em 2025.

O autor, Tacilim Oréfice, é escritor, roteirista e professor de escrita criativa, formado em História e técnico em Informática. Foi fundador da editora independente 23 Comics, participou de eventos como a CCXP e o Festival Internacional de Quadrinhos, e atuou como orientador no projeto “Jovem Escritor”, em parceria com a Academia Araçatubense de Letras e o Rotary Clube Cruzeiro so Sul. Seu livro “Quarto dos Desejos: Diário de uma Favelada do Futuro” já figurou entre os 100 mais vendidos da Amazon.

Como parte da distribuição da obra, exemplares serão encaminhados para escolas e bibliotecas da região, fortalecendo o acesso à leitura e incentivando novas gerações de leitores. O lançamento faz parte da contrapartida do edital público de incentivo à cultura, realizado com apoio da Prefeitura de Araçatuba, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, Conselho Municipal de Políticas Culturais e Fundo Municipal de Apoio à Cultura. Ao valorizar novas vozes e narrativas diversas, a iniciativa reforça a importância do financiamento cultural na produção literária independente e no estímulo à formação de leitores.

Tacilim Oréfice
SERVIÇO Lançamento do livro “Mirian e a Lenda da Espada Errada”

Balada Literária – Lançamento oficial
Data e hora: 25 de novembro, às 19h30
Local: Quintal Cultural (R. Cussy de Almeida Júnior, 2088)
Atividades: Bate-papo com o autor Tacilim Oréfice, revelando bastidores da criação
Participação da narradora do audiolivro, Zélpia Ritchery
Encontro literário com leitores e membros do Grupo Experimental
Entrada Gratuita.
Mostra Japão – Festival Japonês
Data e hora: 29 de novembro, a partir das 19h
Local: Recinto de Exposições Clibas de Almeida Prado (R. Tenente Alcides Theodoro dos Santos, 600)
Atividades: Apresentação de swordplay, coreografada pela PBKF.
Sessão de autógrafos e interação com o público
Entrada: R$ 20 (inteira) ou R$ 10 (meia-entrada com a doação de 1 kg de alimento não perecível)
Exemplares serão distribuídos a escolas e bibliotecas da região como ação de incentivo à leitura dentro do projeto cultural apoiado pelo Fundo Municipal de Apoio à Cultura.

18.11.25

Gurus eletrônicos - influenciadores


Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP
Não estou falando de gurus políticos, como tiveram Bolsonaro (Olavo de Carvalho, já falecido), Aleksandr Dugin (Putin) e Steve Bannon (Donald Trump). Nenhum dos três governos tinham vocação democrática. Na verdade, são palpiteiros holísticos.

Mas o assunto de minha crônica é gente miúda que quer disseminar o mal, desviar adolescentes, pedófilos ou gente que diz fazer o bem para ganhar dinheiro. Além dos radicais políticos que se acham donos da verdade.

Trata-se de uma categoria de gente que surgiu com a internet. Alguns são chamados de coach, quando bem intencionados. Antigamente, o desempregado limpinho se chamava de "representante comercial". Hoje, influenciador.

Regular a internet no Brasil é se livrar um pouco do lixo, regulamentar as ações na rede. Liberdade de expressão não é destilar ódio, destratar pessoas pela rede social, como foi vítima o vereador de Araçatuba Luciano Perdigão.

Eu sou aposentado. Escrevo porque gosto, e as redes sociais é o meio mais barato de divulgação. Também sou jornalista e publiquei meus textos em livros. Não sou influenciador e nem coach. Já que a sociedade brasileira só considera escritor aquele que publica livros de papel, por isso também tenho livros publicados. Assim faço minha terapia diariamente. Tenho formação universitária.
Antigamente, tudo que era bom vinha dos Estados Unidos. Produto chinês era desqualificado. Como Trump pôs o país no chão, a referência está passando ser a China, a vanguarda tecnológica.

Olavo de Carvalho, Steve Bannon e Aleksandr Dugin
O país chinês implementou uma nova norma exigindo que influenciadores digitais chineses que abordam temas como medicina, Direito, finanças ou educação comprovem qualificações formais, como diploma universitário, licença profissional ou certificação reconhecida, antes de produzir qualquer conteúdo.
A medida faz parte dos esforços mais amplos de Pequim para regular o setor de criadores de conteúdo, reduzir informações divergentes e reforçar a credibilidade dos “gurus” on-line, amplia o controle sobre os assuntos especializados transmitidos ao público. (IA)

Exigir formação, ter controle daquilo que vai ser dito ao público não é censura. Trata-se de proteger a população da bestialidade.



13.11.25

Consciência e alma negras

Foto: Rovena Rosa/ Agência Brasil

Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba

Na minha infância e juventude, muitas perguntas foram respondidas com mitos. ou seja, com histórias inventadas para explicar o inexplicável. Por que os negros têm as palmas das mãos e dos pés brancas? RESPOSTA: Deus reuniu os humanos e mandou todos pularem na água do rio. Como havia muitos negros, os que chegaram por último só pegaram o restinho d'água.

Na verdade, a existência de pessoas negras é uma adaptação evolutiva à radiação ultravioleta (UV) intensa, já que a humanidade se originou na África e a pele escura é uma proteção natural contra o sol forte. Ninguém estava preparado para responder, nem sei se havia tal conhecimento, mas a ignorância automática ou engenhada explicava conforme a conveniência.

O branco que é uma criatura mais frágil do que o negro, tentava sobrepor aos negros se valorizando. Tudo que era branco, até a inocência. Conseguiram achar preto de alma branca. 

Afinal, por que precisamos do Dia da Consciência Negra? E consciência negra é só para negros? Passamos por um período que havia, a partir de 2011, com feriado no dia 20 de novembro, mas desde que estado ou município fizesse uma lei também. 

O Brasil é o país com a maior população negra fora do continente africano. De acordo com o IBGE, somos milhões de pessoas negras no país. Porém pouco sabemos sobre a história negra na formação da sociedade brasileira. Os negros eram tratados como seres desprezíveis.

Em Araçatuba, como o ex-vereador Dunga era aliado dos negros, apertou o ex-prefeito Jorge Malully, o Dia da Consciência Negra se tornou lei municipal. Os sindicatos patronais de Araçatuba, dominados pelos brancos, choravam o dia parado, como senhores de escravos. 

Negro é negro e pronto. Coloque-se em seu lugar. Não tinha direito a pesquisar sobre sua árvore genealógica. Não tinha história. Vieram empilhados nos navios negreiros. Assim pensam os racistas.  

"As irmandades e igrejas dedicadas a Nossa Senhora do Rosário foram espaços para a população negra se reunir, manter sua identidade e expressar sua cultura, uma vez que eram segregadas das igrejas frequentadas pelos brancos. Essas festas, como a da Coroação dos Reis Congos, celebram a ancestralidade e a luta pela liberdade (IA)."

Em tempos atuais, foi criado o Dia da Consciência Negra, uma reivindicação dos movimentos negros que querem recuperar o protagonismo do povo que foi escravizado pelos brancos. O objetivo é tirar a “raça” do ostracismo, devolver-lhe o orgulho de ser negro, recuperar a sua ancestralidade, o seu lugar de protagonista na História do Brasil. Para isso, 13 de maio não servia, precisava buscar a figura de Zumbi, o líder negro que se revoltou contra a escravidão. Vinte de novembro de 1695, quando foi capturado e morto por organizar o Quilombo de Palmares.

Em 2024, o Dia da Consciência Negra foi comemorado realmente como feriado nacional, por força de lei, por vontade do presidente Lula da Silva.